[Resenha] Meu corpo virou poesia - Bruna Vieira

4 de novembro de 2021

Olá cariños!
Quando entrei na blogosfera há mais ou menos uns oito anos atrás, Bruna Vieira já era referência no meio. Tanto o blog como o livro Depois dos Quinze despertavam o interesse da grande maioria, e comigo não foi diferente. Eu quis conhecer esta história, e mesmo sem ler o livro de fato, eu conheci. Havia trechos da Bruna por todo lugar e eu os colhi aqui e ali, e acreditei que um dia leria algo dela, o tempo passou e este desejo ficou em suspenso, novos interesses ocuparam minha mente e varreram pra debaixo do tapete este querer antigo. Contudo, eis que quando eu menos esperava a oportunidade surgiu, Meu corpo virou poesia é o lançamento mais recente da autora, onde ela se rasga por inteiro, desta vez, através de prosas e versos. Linhas que sussurram, falam e gritam. A cada virar de página conhecemos um pequeno fragmento da menina mulher Bruna Vieira. E posso falar? Que experiência incrível. 

Meu corpo virou poesia
Autor (a): Bruna Vieira @brunavieira
Publicação: Seguinte *Cortesia
ISBN: 9788555341434 | Skoob
Gênero: Poesia
Ano: 2021
Páginas: 184
Minha avaliação: 4/5★
Em 2017, Bruna Vieira fez as malas, deixou a vida no Brasil de lado e foi escrever uma nova história em outro país, vestida de coragem e guiada por um sentimento que sempre foi sua maior prioridade: o amor. Com o tempo, porém, os dias foram ficando cada vez mais longos e solitários. Era como se naquele lugar o amor tivesse perdido o equilíbrio e se tornado uma obrigação. Foi bem perto do fim e de jeito mais frio que ela finalmente se deu conta: é impossível ser “nós” sozinha. Formado por quatro partes ― cabeça, garganta, pulmão e ventre ―, este livro é um mapa. Um mapa que leva Bruna de volta à escrita e a si mesma. São relatos reais, repletos de lembranças, aprendizados e cicatrizes, que agora deixam o corpo da autora para encontrar o seu, em forma de poesia. Ao tocar em temas como autoestima, amizade feminina e relacionamentos (com o outro e sobretudo consigo mesma), Bruna olha para dentro e nos convida a percorrer nestes versos nossa própria viagem de autodescoberta.
Poesia não é um gênero que leio com frequência, mas sempre que me permito arriscar fora da caixinha me deparo com conteúdos incrivelmente inspiradores. E dessa vez não foi diferente, Bruna se derrama por completo em cada verso, sua franqueza me impressionou e conquistou já na primeira página, e mesmo não a conhecendo intimamente, pude senti-la em cada texto. Frações  da autora dispostas em cada palavra, em cada arte. Uma obra que transpira Bruna Vieira, aborda questões tão próprias e ao mesmo tempo tão comuns. O tipo de leitura que te acolhe, te sacode e te desperta, de forma prática e certeira.

IlustraLivro: Jungho Lee

6 de junho de 2021

Olá cariños!
Eu sou completamente apaixonada por ilustrações, principalmente as que envolvem o universo literário. Com o passar dos anos descobri vários artistas incríveis que retratam de forma tocante um pouco de tudo o que os livros representam. Apesar de ser uma amante dos livros declarada, acredito verdadeiramente que muitas vezes uma imagem comunica melhor que mil palavras. E é exatamente isso que as ilustrações do artista coreano Jungho Lee, me transmitem. Sabe quando você bate o olho em algo e diz, é isso. Nada mais precisa ser dito de fato, está tudo ali, explícito, tocando algo lá no fundo, que muitas vezes nem sabíamos que existia. É isso, simples assim. Conheci o trabalho deste ilustrador recentemente e me encantei completamente, a sensibilidade do artista é notável e enche os olhos daqueles que acreditam na magia dos livros. Separei algumas informações e ilustrações que decidi compartilhar com vocês nesta publicação, espero do fundo do coração que gostem.

[Resenha] Cortesã por uma noite - Lisa Kleypas

4 de junho de 2021

Olá cariños!
Finalmente tive meu primeiro contato com a escrita da diva do romance de época, Lisa Kleypas. Já faz muito tempo que acompanho os elogios que as obras dessa autora recebe e por isso sempre alimentei uma curiosidade imensa por suas histórias. Depois de muito adiar, resolvi aproveitar que a editora Arqueiro irá lançar a trilogia Os mistérios de Bow Street integralmente este ano e me joguei. Admito que devido as altas expectativas, tive um receio enorme de me decepcionar, mas felizmente a autora fez jus à fama que tem e me arrebatou desde a primeira página. Cortesã por uma noite, não deixa nada a desejar e entrega tudo o que há de melhor em histórias do gênero, isso somado a narrativa magistral da Kleypas compõe um combo de fácil deleite. 

Cortesã por uma noite (Someone to Watch Over Me)
Autor (a): Lisa Kleypas @lkleypas
Publicação: Arqueiro
ISBN: 9786555650921 | Skoob
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 272
Minha avaliação: 4/5★
Certa noite, o belo e misterioso policial Grant Morgan é chamado para investigar uma vítima de afogamento no rio Tâmisa. Quando chega lá, fica surpreso ao reconhecer Vivien Rose Duvall, um de seus grandes desafetos, a mais famosa e exclusiva cortesã dos salões londrinos. Grant fica mais surpreso ainda ao perceber que a moça está viva. Sem saber o que fazer, ele decide levá-la para casa, apesar de seu desprezo por ela. Quando Vivien acorda, porém, os dois percebem que ela não se lembra de nada. Durante a investigação, logo fica claro que a moça sofreu uma tentativa de assassinato e que sua vida ainda está correndo perigo. Enquanto tenta protegê-la, Grant se sente cada vez mais atraído por ela. E Vivien, incapaz de recuperar a memória, se entrega de corpo e alma a seu salvador.
Depois de longos anos consumindo quase que exclusivamente histórias protagonizadas pela aristocracia londrina, confesso que pegar uma obra que destoa desse cenário óbvio, me empolgou. Uma cortesã e um patrulheiro, não podemos negar que isso nos tira daquele lugar comum, onde apenas duques, condes, lordes e ladys detém todo o destaque. Aqui a nata aristocrática faz figuração e os holofotes são redirecionados. A cortesã mais bela e desejada de toda a Londres, reconhecida onde quer que vá, apreciada, invejada, cortejada... não há dúvidas de que Vivien pertence a elite de seu ramo, não precisa olhar muito para perceber que ela está no topo do seu próprio mundo. E com Grant não é diferente, no universo da Bow Street, ele é o que há de melhor, um caçador nato que desempenha suas funções como ninguém, e por isso conseguiu acumular uma grande fortuna e possui uma enorme relevância. Perceberam? Quando vamos além dos títulos, dos debuts e das enormes propriedades familiares, encontramos grandes personalidades que em sua própria realidade, talvez um pouco menos pomposa, dispõe de muito prestígio e admiração. E por ter me proporcionado uma experiência como esta, dedico a Lisa Kleypas um lugar especial na minha estante e no meu coração leitor.

Utilidade pública: Colocar livros deitados faz com que eles estraguem?

10 de maio de 2021

Olá pessoas!
Eu já disse pra vocês que ultimamente ando bem atenta a tudo o que vocês leem por aqui e essa semana percebi que um post em especial tem sido bem visitado, sendo assim, resolvi trazer uma versão atualizada dele e espero que vocês adotem este da mesma forma que fizeram com o anterior. Quando o assunto é arrumar a estante, quase todo mundo tem um jeitinho especial de dispor os livros, há quem os organize por cores, por tamanhos, por autores, gêneros, editoras e por ai vai. Existe também aqueles que encaixam onde dá, afinal não é tão fácil encontrar espaço livre para nossa crescente pilha de livros, né? Claro que a doação é sempre uma opção, mas por experiência própria sei que não são todos que estão preparados para esta conversa. Então, na tentativa de aproveitar todos os espaços possíveis, é comum que alguns leitores se obriguem a empilhar os livros deitados um sobre o outro. A grande questão é, guardá-los dessa forma pode estragá-los mais depressa?

Conheça o universo de "Destruidor de Mundos" nova fantasia de Victoria Aveyard

6 de maio de 2021

Olá personas!
Este mês chega ao Brasil Destruidor de Mundos, primeiro volume da nova série homônima de Victoria Aveyard, autora de A Rainha Vermelha. E como as expectativas por aqui estão altíssimas, reuni algumas informações e vim correndo dividir com vocês. Antes de tudo quero dizer que, estou apaixonada por cada detalhe que acabei descobrindo nessa minha busca, a Victória é bem meticulosa e preparou tudo com muito cuidado. É impossível não notar o carinho que ela dedicou a este novo projeto e o quanto cada detalhe foi bem pensado para fazer desta uma história inesquecível, admito que isso potencializou meu desejo de conhecer esse universo mais a fundo. O livro que está em PRÉ-VENDA no Brasil, e que será lançado por aqui em 15/MAI, já está disponível no exterior. Uma estranha escuridão cresce em Allward. Quer saber mais? Então segue lendo.

[Resenha] Isso que a gente chama de amor - Maurene Goo

4 de maio de 2021

Olá cariños!
Hoje vamos falar sobre uma história bem gostosinha e divertida que me prendeu bastante e tinha tudo pra ser maravilhosa, contudo despertou algumas ressalvas importantes. Eu tive a oportunidade de ler Isso que a gente chama de amor, bem antes do seu lançamento, mas após a leitura precisei de tempo para digerir e entender melhor a proposta da autora. Confesso que mesmo sendo apaixonada por YA's, sempre sinto um medinho de opinar sobre. Já estou chegando nos trinta e, teoricamente, não fazer mais parte do público alvo de tais narrativas, me dá um certo receio de ser rígida demais com situações que teria considerado perfeitamente plausíveis alguns anos atrás. A vida tem dessas, né? A gente cresce e muitas vezes aquela urgência adolescente deixa de fazer sentido. Mas depois de muito pensar a respeito, e de inclusive tentar justificar algumas questões, meu incômodo não diminuiu, eu diria até que foi o contrário. No final das contas eu aceitei, que mesmo esta sendo uma leitura que arrancou alguns sorrisos e que fluiu divinamente, também possui seus problemas, e tudo bem falar sobre eles. Dito isso, vamos ao que interessa.

Isso que a gente chama de amor (I Believe in a Thing Called Love)
Autor (a): Maurene Goo @maurenegoo
Publicação: Seguinte *ARC
ISBN: 9788555341328 | Skoob
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 304
Minha avaliação: 3/5★
Desi nunca se deu bem no amor ― até decidir transformar a própria vida em uma novela coreana. Desi Lee acredita que tudo é possível, basta ter um plano. Foi assim, com método e disciplina, que se tornou a aluna mais brilhante do colégio e uma atleta talentosa. É apenas no amor que Desi nunca se dá bem, colecionando uma sucessão de desastres quando se trata de garotos. Depois de protagonizar mais um desastre na frente de Luca, um jovem recém-chegado à cidade que logo atrai seu interesse, a garota passa um fim de semana assistindo a k-dramas, certa de que os finais felizes só existem nas novelas coreanas que seu pai tanto ama. É aí que ela se dá conta de que naquelas histórias também existe uma fórmula, um passo a passo que ela poderia seguir ― e conquistar Luca. Em pouco tempo, sua vida se transforma em um enredo digno de um dorama. Mas ao contrário do que acontece na TV, isso pode não ser o suficiente para ela alcançar seu final feliz.
Apesar dos k-dramas terem explodido por aqui há um tempo considerável, a procrastinadora que existe em mim ainda não se permitiu assistir a nenhum, e por isso, andei fugindo de leituras que abordassem esse universo. Contudo, Isso que a gente chama de amor despertou meu interesse, não pela questão do dorama em si, mas porque essa jovem dedicada e perfeccionista me fez querer conhecê-la. Em meu primeiro contato com a escrita da Maurene Goo, encontrei uma trama cativante que me conquistou no ato, personagens carismáticos pelos quais é impossível não torcer e um enredo fofinho, ideal para passar o tempo. Em resumo, essa é uma daquelas histórias juvenis, sem muito apelo, baseadas em romance adolescente e com uma dose considerável de drama familiar. No entanto, apesar da leveza já descrita, confesso que certas atitudes da protagonista acenderam um alerta vermelho. Sempre pairando no limite entre o aceitável e o inadmissível, Desi pesou a mão em alguns momentos.

[Resenha] A morte de Sarai - J.A. Redmerski

18 de abril de 2021

Hello peoples!
Já faz uns bons anos que A morte de Sarai, primeiro livro da série Na Companhia de Assassinos, está na minha lista de leitura, mas é aquela coisa né? Estava esperando a tal da oportunidade surgir, e ela surgiu com a chegada da adaptação a Prime Vídeos. En Brazos de Un Asesino, foi produzido, dirigido e estrelado por ninguém mais, ninguém menos que Willian gato Levi, nosso querido João Miguel Romão-Alessandro Lombardo-Maximiliano Sandoval (entendedores, entenderão), deu vida ao assassino Victor e me fez correr para o livro. A série que conta com sete livros publicados no exterior e pelo menos mais um ainda em produção, começou a ser publicada aqui pela editora Suma. Contudo, entretanto, todavia, apenas os três primeiros títulos foram disponibilizados em versão nacional, em suas redes sociais a editora não deu garantias de que seguirá com o projeto. E como ninguém merece ser arrebatado por uma série que talvez não consiga finalizar, confesso que me sinto grata por ter apenas gostado desse primeiro livro.

A morte de Sarai (Killing Sarai)
Coleção: Na companhia de assassinos #01
Autor (a): J.A. Redmerski @JRedmerski
Publicação: Suma
ISBN: 9788581052571 | Skoob
Gênero: Romance +18
Ano: 2015
Páginas: 256
Minha avaliação: 4/5★
Amazon | MagaLu

Sarai era uma típica adolescente americana: tinha o sonho de terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa em alguma universidade. Mas com apenas 14 anos foi levada pela mãe para viver no México, ao lado de Javier, um poderoso traficante de drogas e mulheres. Ele se apaixonou pela garota e, desde a morte da mãe dela, a mantém em cativeiro. Apesar de não sofrer maus-tratos, Sarai convive com meninas que não têm a mesma sorte. Depois de nove anos trancada ali, no meio do deserto, ela praticamente esqueceu como é ter uma vida normal, mas nunca desistiu da ideia de escapar. Victor é um assassino de aluguel que, como Sarai, conviveu com morte e violência desde novo: foi treinado para matar a sangue frio. Quando ele chega à fortaleza para negociar um serviço, a jovem o vê como sua única oportunidade de fugir. Mas Victor é diferente dos outros homens que Sarai conheceu; parece inútil tentar ameaçá-lo ou seduzi-lo. Em A morte de Sarai, primeiro volume da série Na Companhia de Assassinos, quando as circunstâncias tomam um rumo inesperado, os dois são obrigados a questionar tudo em que pensavam acreditar. Dedicado a ajudar a garota a recuperar sua liberdade, Victor se descobre disposto a arriscar tudo para salvá-la. E Sarai não entende por que sua vontade de ser livre de repente dá lugar ao desejo de se prender àquele homem misterioso para sempre.

Este livro contém assuntos sensíveis/gatilhos: violência, tortura, estupro, tráfico de drogas e sequestro

Até o momento eu li pouquíssimos Romances Dark, isso se deve em grande parte, ao fato de que tenho certa resistência à algumas abordagens do gênero. Sendo assim, não esperei de forma alguma que com este fosse diferente, e atendendo as expectativas, não foi. Eu não posso deixar de dizer que logo de inicio antipatizei com Sarai. Posso estar sendo insensível, mas a garota tagarela e inconsequente, embora corajosa, me pareceu fora de lugar dentro de todo o contexto que a história nos passou. Vejam bem, eu entendo plenamente que, como ela mesma deixou claro, falar sem parar era uma espécie de estratégia de auto humanização, cujo intuito era preservar sua vida. Admito que de fato foi um esforço válido e uma ideia inteligente, porém com uma execução burra. Pondo na mesa o histórico de abusos recorrentes, o risco de morte iminente e o fato dela estar totalmente a mercê de um assassino sanguinário com o qual ela não possuía qualquer familiaridade, penso que falar incansavelmente uma série de aleatoriedades, das quais pouco se aproveitava, é muitíssimo chato, pra dizer o mínimo. E foi essa a primeira impressão que tive dela, sem querer desmerecer sua trajetória, a considerei insuportavelmente chata. Felizmente a evolução está ai pra isso, não é mesmo? E para alegria geral da nação Sarai evolui lindamente.

MyBest Brasil: Quadrinhos, Mangás e Graphic Novels

16 de abril de 2021

Olá Cariños!
Eu adoro receber dicas maravilhosa, sejam elas de leituras, filmes, músicas ou qualquer outra categoria que possa me interessar. Acredito que boas sugestões nos ajudam a filtrar e encontrar mais facilmente algo que buscamos. E este é um dos objetivos do mybest Brasil, o site que recomenda os mais diversos produtos, onde através de listas e rankings, influenciadores compartilham várias sugestões interessantes. Recentemente a esquipe da mybest reuniu um grupo formado por dez produtores de conteúdo literário e os incumbiu de indicar um Quadrinho, Mangá ou Graphic Novel, para compor uma dessas listas. Que iniciativa maravilhosa, não é mesmo? Eu não poderia estar mais empolgada por ter sido uma das escolhidas para desempenhar essa tarefa. E como missão dada é missão cumprida, escolhi uma grafic novel que apesar do tempo continua sendo uma das melhores que li. Ficaram interessados? Então chega mais que eu vou contar tudo pra vocês.

[Resenha] O impulso - Ashley Audrain

18 de janeiro de 2021

Hello peoples!
Hoje vamos falar sobre O impulso, o livro de estreia da Canadense Ashley Audrain. Este livro me foi apresentado através de uma ação da editora Paralela, que ocorreu algumas semanas atrás, e desde então tenho falado bastante sobre ele, isso porque as temáticas me interessam bastante. Desde que me tornei mãe, fui apresentada a uma realidade completamente diferente de tudo que já havia vivido antes, descobri o amor incondicional e abnegado, renunciei, me dediquei, e todos os dias sou e faço mais do que jamais imaginei ser capaz. Mas tudo isso tem um preço alto, que eu pago muitas vezes sem reclamar. A exaustão, a ausência de mim mesma e a dependência, são a parte não mencionada da rotina de uma mãe, porque no fim tudo compensa, porque o sorriso, o abraço e o cheiro da cria, bastam pra jogar todo o resto pra baixo do tapete. Só que, embora não tenhamos sido ensinadas a admitir, mesmo bem guardados, os conflitos existem e mais cedo ou mais tarde conseguem chegar a superfície. Diante disso, querer conhecer a história de Blythe foi algo inevitável, e embora a experiência geral dela seja diferente da minha, ainda consegui me identificar com muitas situações pelas quais ela passou. Por essas e por outras este certamente é um livro que vou indicar sempre que possível, a todos que queiram entender nem que seja um pouquinho do que é maternar.

O impulso (The push)
Autor (a): Ashley Audrain @audrain
Publicação: Paralela *ARC
ISBN: 9788584391981 | Skoob
Gênero: Mistério +16
Ano: 2021
Páginas: 328
Minha avaliação: 4/5★
Amazon | Submarino
Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil. Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade. Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?

Este livro contém assuntos sensíveis/gatilhos: depressão pós-parto, abandono afetivo e trauma familiar

Quem é mãe sabe que a maternidade possui desafios que são infligidos única e exclusivamente as mães. Quem já pariu, passou pelo puerpério, pela amamentação seja ela bem sucedida ou não, pela instabilidade hormonal, pelas auto cobranças, pelos medos, dúvidas e pelas inseguranças, quem já se anulou em prol da cria, quem já chorou de desespero, quem já se culpou por errar, quem já quis fugir... Quem é mãe sabe que existem dores que ninguém mais é capaz de sentir e por mais que se tente falar a respeito, colocar pra fora o mundo que se forma dentro de nós após a maternidade, ninguém além de outra mãe consegue de fato se familiarizar. Muitas pessoas fingem que sim, outras não se privam de julgar, mesmo sem ter parâmetro algum para isso, e outras tantas sequer tem interesse em questões tão pessoais e distantes de sua própria realidade. Quem é mãe com certeza sabe, que a maternidade não romantizada é um tabu. Gerar, parir e alimentar outro ser humano é uma bênção, e tudo que vá contra isso é abominável e veementemente rejeitado. Quem é mãe sabe, que existe essa ligação natural e essa necessidade implacável de bastar, sabe também que amar dói, na carne e na alma.

Séries literárias: Os Bridgertons

16 de janeiro de 2021

Olá pessoas!
Já faz um tempão que não posto essa coluna por aqui e de verdade nem imaginava que vocês curtiam tanto. Este ano decidi ficar mais atenta ao blog e os números não mentem, todos os dias as postagens da Séries Literárias são visitados, inclusive um deles é o post com maior número de visualizações de toda a história do Nosso Mundo Literário. Isso me incentivou a melhorar ainda mais, e por isso minhas publicações ficarão mais completinhas, espero que gostem. E marcando nosso retorno, trago nada mais nada menos que a série do momento. Recentemente Os Bridgertons alçou voos altos e conquistou inúmeros novos fãs, eu no entanto, apesar de pouco ter falado sobre por aqui, acompanho a série desde que chegou aqui no Brasil. Então, em reparação a dívida que possuo com essa série, decidi criar uma série de posts sobre o maravilhoso universo criado pela Julia Quinn, e este será o ponto de partida, onde eu concentrarei os demais links conforme publicados. Dito isso, vamos ao que interessa.


O impulso, aposta do ano da editora Paralela chega as livrarias este mês

6 de janeiro de 2021

Olá cariños!
Eu não tenho dúvidas que este será um ano de grandes novidades no meio editorial. Depois de um período extremamente conturbado, onde tivemos uma redução drástica nas publicações, eis que surgem uma infinidade de propostas empolgantes. E como prova de que estou certa, hoje vamos falar de um lançamento em especial que chamou a atenção de vários editores mundo a fora. O impulso, livro de estreia da Canadense Ashley Audrain, chega ao Brasil como a grande aposta do ano da editora Paralela, um importante selo do Grupo Companhia das Letras. Mas não poderia ser diferente, uma vez que desde a sua apresentação em 2019, este livro vem se mostrando uma enorme promessa de sucesso. Após ter os direitos comprados por mais de 25 países em apenas duas semanas, O impulso tornou-se a estreia mais aguardada de 2021.


[Resenha] Alena - Kim W. Andersson

4 de janeiro de 2021

Olá cariños!
Hoje é dia de falarmos sobre Alena, uma grafic novel sueca que promete suspense, mistério e terror. Imagino que isso somado a esta capa sangrenta e o aviso de conteúdo sensível que deixei mais abaixo cause certo receio em alguns leitores em potencial, e embora a história não traga de fato o que há de pior do gênero, longe disso, preciso deixar claro que suas abordagens podem sim, causar certo desconforto. Em uma mistura de Carry a estranha e Meninas malvadas, Kim W. Andersson entrega um drama adolescente perturbador, que aborda a descoberta da sexualidade, auto aceitação, preconceito, luto, entre outras questões. Lançada originalmente em 2012, Alena foi a HQ responsável por trazer visibilidade internacional ao seu autor, chegando a conquistar o The Adamson Statue, prêmio de quadrinhos mais prestigiado da Suécia, chegou aos EUA pela Dark Horse, editora de séries famosas como Hellboy e Conan. Diante do sucesso alcançado em seu país de origem não é de se surpreender que anos após sua publicação a obra tenha ganhado uma adaptação, esta por sua vez, não tão bem avaliada.

Alena (Alena)
Autor (a): Kim W. Andersson @kimwandersson
Ilustrador (a): Kim W. Andersson
Publicação: Avec Editora
ISBN: 9788567901671 | Skoob
Gênero: Suspense +16
Ano: 2017
Páginas: 120
Minha avaliação: 3/5★
Amazon | Submarino
A vida de Alena é um inferno. Desde que começou a estudar em um colégio cheio de colegas esnobes, ela sofre bullying de Filippa e das outras meninas do time de lacrosse. A melhor amiga de Alena acha que já chega de aguentar todo esse abuso. Seja da conselheira, do diretor, de Filippa ou de qualquer outra pessoa nessa escola repulsiva. Josefin promete resolver o assunto por conta própria a menos que Alena dê o troco. Só existe um problema: Josefin está morta há um ano.

Este livro contém assuntos sensíveis/gatilhos: Suicídio, violência física e psicológica, e bullying

Há quem tenha se frustrado com a previsibilidade dessa história, acredito que os amantes do terror visceral de fato não tenham encontrado aqui o que procuravam, mas isso não torna o enredo menos inquietante. Quando se acompanha a trajetória, mesmo breve, de uma adolescente que é levada ao limite repetidas vezes e de formas tão perversas, um alerta vermelho se acende instantaneamente dentro de nós. Essa foi uma daquelas leituras que iniciei de forma despretensiosa, era apenas uma lida rápida ao fim de um dia exaustivo, mais para somar em número que em qualquer outra coisa (desculpa, eu faço isso as vezes) e apesar de não ter sido uma experiência épica, admito que teve seu valor. Anderson possui traços marcantes que somados a escrita direta nos faz quase sentir na pele o desespero da personagem. Talvez as temáticas mais importantes não tenham sido abordadas da melhor forma possível, e por isso soem sensacionalistas aos olhos de quem realmente entende de tais assuntos, mas eu sendo leiga, consegui submergir o suficiente para me deixar impressionar com o conjunto da obra.