Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil. Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade. Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?
Este livro contém assuntos sensíveis/gatilhos: depressão pós-parto, abandono afetivo e trauma familiar
Quem é mãe sabe que a maternidade possui desafios que são infligidos única e exclusivamente as mães. Quem já pariu, passou pelo puerpério, pela amamentação seja ela bem sucedida ou não, pela instabilidade hormonal, pelas auto cobranças, pelos medos, dúvidas e pelas inseguranças, quem já se anulou em prol da cria, quem já chorou de desespero, quem já se culpou por errar, quem já quis fugir... Quem é mãe sabe que existem dores que ninguém mais é capaz de sentir e por mais que se tente falar a respeito, colocar pra fora o mundo que se forma dentro de nós após a maternidade, ninguém além de outra mãe consegue de fato se familiarizar. Muitas pessoas fingem que sim, outras não se privam de julgar, mesmo sem terem parâmetro algum para isso, e outras tantas sequer tem interesse em questões tão pessoais e distantes de sua própria realidade. Quem é mãe com certeza sabe, que a maternidade não romantizada é um tabu. Gerar, parir e alimentar outro ser humano é uma bênção, e tudo que vá contra isso é abominável e veementemente rejeitado. Quem é mãe sabe, que existe esse ligação natural e essa necessidade implacável de bastar, sabe também que amar dói, na carne e na alma.