Eis que eu caí em um esquema de pirâmide novamente. O Lobo Domado é o primeiro livro da série Os de Burgh, que conta com sete livros e um conto publicados no exterior, cada obra é protagonizada por um dos irmãos de Burgh. Neste primeiro, acompanhamos a jornada de Dunstan de Burgh, o irmão mais velho, herdeiro do conde de Campion e barão de Wessex. Esta história, assim como muitas outras desta coleção de históricos, se inicia arrastada, enrola demais onde não deveria e termina numa correria desenfreada. É um pouco frustrante, não vou negar. A ideia principal e o cenário no qual ela se desenrola é deveras atraente, contudo Débora Simmons pecou na execução e ficou presa em um looping infinito ao invés de deixar o enredo fluir. Mesmo assim, consegui me conectar com os personagens secundários o bastante para querer ler suas histórias também.
O Lobo Domado (Taming the Wolf)
Coleção: Os de Burgh #01
Autor (a): Débora Simmons @Desimmons
Gênero: Romance +16
Minha avaliação: 3/5★
Após servir como cavaleiro do rei Edward, Dunstan, ao invés de retornar para a rica propriedade da família, decide dedicar-se ao seu próprio título e as terras que recebeu como recompensa pelos serviços prestados a coroa. Ao se instalar em sua nova morada, o herdeiro do conde de Campion, e agora também barão de Wessex, não demora a descobrir que sua propriedade é cobiçada por Fitzhugh, seu ambicioso vizinho que não medirá esforços para tomar tudo o que lhe pertence. Cansado das inúmeras tramas e artimanhas do rival, Dunstan decide pedir apoio ao pai, mas sua chegada a Campion lhe trás a incumbência de escoltar Marion, uma jovem misteriosa que foi salva de um ataque pelos irmãos de Burgh, em segurança ao seu lar. A viagem longa e não planejada por si só é um transtorno com o qual Dunstan não desejaria ter que lidar, e o fato de Marion estar decidida a não voltar para casa e fugir em todas as oportunidades que encontra, torna tudo mais irritante, e atraente.
Dunstan não acredita no amor e como consequência disso reluta em admitir os sentimentos que passa a nutrir por Marion, durante toda a história ele tenta se convencer de que a relação partilhada por eles se baseia exclusivamente no desejo e no senso de hora, isso só me incomodou porque serviu de base para alguns comportamentos reprováveis do personagem. Este é um casal pelo qual eu não consegui torcer muito, em parte porque não houve um bom desenvolvimento da relação e em parte pela completa ausência de carisma. Marion é inexperiente, impulsiva e imatura demais para o meu gosto, já Dunstan é grosso, impaciente e rígido em excesso, e a evolução dos dois é quase inexistente. Débora Simmons possui uma boa escrita, mas economizou nas reviravoltas. Eu ficava torcendo pra algo empolgante acontecer, para que Marion parasse de fugir e ser encontrada a cada duas páginas e para a viagem interminável ter um propósito maior do que enrolar o leitor. E mesmo que o desfecho tenha se dado de forma previsível, passou pouca credibilidade, foi tudo tão rápido e fácil de se resolver, sabe? No final das contas, eu gosto dos irmãos de Burgh, alguns são genuinamente encantadores, entretanto pretendo acompanhar suas histórias com expectativas bem dosadas e por mera curiosidade.
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