Nostalgia, saudades do que vivi e planos para um futuro promissor

1 de junho de 2025

Olá pessoal!
Olha só quem resolveu aparecer por aqui após longos meses de ausência. Não tenho conseguido ser constante como gostaria, em parte porque a vida adulta não dá trégua e em parte porque com o passar dos anos as autocobranças se tornaram um fardo pesado demais para se carregar sozinha. Criei este blog há uns doze anos atrás com o intuído de registrar minhas leituras, e na época não possuía pretensão alguma de alcançar outros leitores, afinal como se destacar em meio a multidão? A blogosfera era o point do momento, tinha blog pipocando por todos os lados, sorteios bafônicos (ainda se usa esta expressão ou é cringe demais?), os layouts mais diversos (quem nunca quebrou cabeça mexendo no HTML?), parcerias de todo tipo, interações diárias que deixavam os comentários atuais das redes sociais no chinelo... Era o máximo! Hoje a dúvida que fica é, como se destacar na solidão? Mais alguém aí sentindo falta dos blogs literários?


Acredito que as coisas começaram a mudar com a crescente de booktubers, naquele tempo as resenhas em vídeo já estavam se tornando mais atraentes que as escritas. Não nego que de fato é um produto mais fácil de se consumir, contudo o sentimento de que havia espaço para todos se manteve vivo por muitos anos, e blogueiros e booktubers conseguiram coexistir com um certo equilíbrio. A chegada do bookstagram e posteriormente do booktok, no entanto, possibilitou a criação de conteúdos em formatos completamente diferentes do que estávamos acostumados. Tudo muito mais acessível e rápido, dicas, noticias, resenhas... disponíveis em um simples rolar de tela. Tão instantâneo quanto o conteúdo, foi a nossa percepção de que quem quisesse seguir crescendo no meio precisaria se adaptar. E lá fomos nós, da mesma forma que aprendemos a editar códigos, aprendemos a editar fotos e vídeos, pesquisamos tudo sobre engajamento e algoritmo, melhores dias e horários, alcance, estratégias e tudo o que fosse preciso para seguir na superfície. Nessa corrida imaginária ninguém queria ficar pra trás. 


Inevitavelmente os blogs perderam espaço, e gradativamente a grande maioria dos blogueiros migraram buscando pela sobrevivência (não é sempre assim?). A princípio queríamos conciliar tudo e usar as novas ferramentas ao nosso favor, mas logo percebermos que o público das redes dificilmente se converteria em leitores para o blog. Deve ser a falta de tempo, né? Certamente não sou a única que não consegue equilibrar dever e lazer como gostaria. Do meu ponto de vista, ainda existem alguns blogueiros se mantendo firmes por aqui (por favor se apresentem), outros seguiram mas lembram com nostalgia de como tudo era antes, e há quem tenha se adaptado e se encontrado verdadeiramente em outros espaços. E está tudo bem, não tenho a intenção de tecer críticas ou julgamentos a nenhuma rede ou leitor/influencer.


Óbvio que fico triste quando visito endereços antigos e os encontro desativados, ou quando percebo que os designs que criavam templates incríveis já não oferecem seus serviços abertamente como antes. E não há nada além disso, sabe? Não há ressentimento de nenhum tipo, estou nostálgica, saudosa de algo bom que acredito ter perdido. Quem ai nunca sentiu falta do joguinho Colheita Feliz que deixou de existir com o orkut? Ou volta e meia se pega lembrando de como era incrível usar o MSN? Quem não sente falta de enviar/receber cartas ao invés de mensagens instantâneas? O que pode parecer ultrapassado para uns é a saudade de outros. E é esta saudade que alimenta este texto. 


Trazendo tudo isso para a minha realidade preciso dizer que, sinto muita falta dos blogs como eram antes e muitas vezes me pego pensando como seria se as redes sociais não existissem. Por outro lado, também gosto das redes e entendo a importância que elas tem e o impacto positivo que elas geram no meio literário. Não pretendo fugir para as montanhas, nem me abrigar em uma caverna e tão pouco desejo o retrocesso de nenhum tipo, mas ultimamente a frase devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, vem matutando na minha cabeça, e por esta razão quero trazer de volta tudo aquilo que sinto tanta falta. Quero escrever sem contar caracteres, postar sem me preocupar com números, quero sentir a liberdade de falar e ler sobre o que me der na telha e não somente o assunto do momento, quero desabafar despreocupadamente e surtar sem reservas... Como no início de tudo vou estar por aqui, sem pretensão de ser vista e/ou lida. Entendi que não preciso buscar aquilo que não me faz falta e se ainda houver alguém disposto a ler o que eu escrevo, seja muito bem vindo (a)!

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