[Resenha] Graça e fúria - Tracy Banghart

24 de julho de 2018

Hello peoples!
A uns poucos dias recebi aqui a prova antecipada de Graça e Fúria, lançamento recente do selo Seguinte, do Grupo companhia das letras, e admito que mal pude conter a empolgação de finalmente tê-lo em mãos. Isso porque estou vivendo em uma bolha de ansiedade desde que soube de sua publicação, fisgada de cara pela sinopse promissora e esta capa surreal de tão linda, eu só pensava em conhecer melhor essa história. Então eu descaradamente passei ele na frente de todos os outros, e não me arrependo, já que esta foi uma experiência de leitura incrível. Graça e fúria, é o primeiro livro da duologia homônima de Tracy Banghart, o segundo livro tem lançamento no exterior previsto para julho do próximo ano (sim, estou chorando). Dito isso, vem comigo conhecer meu mais novo amor fantástico.

Graça e fúria (Grace and Fury)
Coleção: Graça e fúria #01
Autor (a): Tracy Banghart @tracythewriter
Publicação: Seguinte *Cortesia
ISBN: 9788555340703 | Skoob
Gênero: Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 304
Minha avaliação: 4/5★
Duas irmãs lutam para mudar o próprio destino no primeiro volume de uma série de fantasia repleta de romance, ação e intrigas políticas. Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.
Preciso dizer que um livro indicado para os fãs de A seleção e A rainha vermelha, jamais passaria por mim sem ser devidamente notado. E que experiência meus caros! Mesmo agora, alguns dias após ter finalizado a leitura, consigo sentir os efeitos dessa história sobre mim, um misto de sentimentos me envolve e incita a sair mundo a fora contando meus medos e anseios, tenho vontade de escrever um e-mail desesperado para a autora implorando por informações sobre aquele personagem querido que tem destino incerto. Fico aqui remoendo os acontecimentos e as decisões, me perguntando porquê? PORQUEEEEE? A impressão que fica é que eu estou meio obcecada e não sei como viver até o próximo livro sair, mas é só impressão tá? Atah! Eu me apeguei a esse livro de uma forma, que nem em mil textos conseguiria explicar, e olha que ele nem trás muita novidade para o gênero, assim como a história de Victoria Aveyard, aqui encontramos uma variedade de clichês já tão comuns em livros do tipo, mas na minha humilde opinião esse é um dos pontos altos do enredo, esse composto do que há de melhor, dá vida a uma trama no mínimo envolvente.

Serina e Nomi são duas irmãs que vivem em uma sociedade machista e opressora onde as mulheres embora não possuam quase nenhum poder de escolha, tem seus papéis bem definidos. Dentre as escassas opções de futuro Serina foi preparada para tornar-se uma das Graças do Herdeiro (uma espécie de concubina), acreditando que esta seria a melhor dentre as possibilidades a jovem se dispôs a desempenhar da melhor forma possível o papel que lhe foi atribuído e tornou-se uma mulher detentora das qualidades necessárias para tal. Já Nomi, nunca se conformou com as limitações que lhe foram impostas e sempre que pôde as desafiou, ao contrário da irmã, seu destino seria torna-se uma criada. No entanto, uma reviravolta irônica muda completamente os caminhos a serem trilhados pelas garotas. Ao invés de Serina, Nomi é escolhida pelo Herdeiro como uma de suas graças, o que a obriga a ocupar uma posição que despreza, mas como dificuldade pouca é bobagem, as irmãs ainda precisam lidar com uma separação forçada quando Serina é enviada para uma prisão após ser acusada injustamente.

Logo de cara é possível notar uma certa influência de A rainha vermelha sobre história, e o que mais pesou (pelo menos pra mim) durante a leitura, foram as personalidades do Herdeiro e de seu irmão Asa, é impossível não compará-los com Cal e Maven, e por isso não conseguia confiar no que era dito. Sabe aquela sensação de dejavú? Pois é, ela não me abandonou em momento algum. Além disso, tem toda a questão do governo opressor, a tal "seleção" cujas candidatas são as jovens do "reino", e outras nuances que tornam o enredo até previsível em alguns momentos. Mesmo assim eu sofri, é claro que havia aquela sensação incômoda de eu sei o que está por vir mas me perdi em meio aos acontecimentos inesperados e por vezes torci fervorosamente para estar enganada em minhas previsões. Me apeguei aos mistérios que rondavam Malachi (o herdeiro), e ansiei por saber mais a seu respeito, pra minha frustração a Tracy optou por não desenvolvê-lo tanto quanto ele merecia. Maris também foi escolhida como uma das Graças do herdeiro e se mostrou uma personagem digna que merecia ter sido melhor trabalhada, felizmente a autora já garantiu que sua história terá espaço no próximo livro.

Com toda a sinceridade do mundo digo que as irmãs me irritaram profundamente durante a maior parte da trama, isso porque Nomi é impulsiva e comete erros ridiculamente óbvios. Não sou muito fã de personagens cabeça dura que se recusam a avaliar todos os riscos possíveis, ainda mais quando estão em situações que claramente oferecem perigo não apenas para si mas também para aqueles que lhes são importantes, então não considero nenhum grande sacrifício que o indivíduo em questão gaste mais alguns minutinhos avaliando os prós e os contras de cada decisão. Infelizmente Nomi não é dada a esse tipo de coisa, ao contrário disso, age de forma impensada e mesmo sendo jovem demonstra uma inocência não condizente com sua personalidade. Serina, também tem lá seus defeitos, ao se mostrar resignada e até ansiosa com uma vida de submissão, a jovem deixa claro o quanto sua personalidade foi atrelada a futilidades, proporcionando uma primeira impressão desfavorável. No entanto, a evolução está ai para nos mostrar que é possível crescer em meio a adversidade e felizmente Serina faz bom uso do tempo e das experiências desastrosas que lhe são apresentadas, em meio as dificuldades da prisão, a jovem sonhadora ganha força e determinação e mostra a que veio. Nomi por outro lado, não perde sua essência revoltada mas acaba se enrolando nas meias verdades e sorrisos falsos que habitam a prisão dourada, disfarçada de castelo em que vive.

Graça e fúria, é fantástico. Um enredo composto de fragmentos de várias histórias já conhecidas que dão vida a um universo com nuances próprias. Personagens que exalam força e determinação, que confundem com suas intensões dúbias, mas conquistam com ações enérgicas. Tracy tece o prenúncio de uma revolução que promete abalar as estruturas de uma civilização, enquanto reafirma a força da mulher e a importância da sororidade. Com uma narrativa ágil, intercalada entre as irmãs, que nos joga de uma realidade para outra, despertando uma sede irrefreável por mais, a história conquistou seu espaço no meu holl de melhores livros do ano. O desfecho destruiu meu coração ao mesmo tempo que me deixou desesperada pela sequência que promete grandes emoções, eu pelo menos tenho uma necessidade gigantesca de saber o que está por vir. Depois de alguns surtos de ansiedade, me resignei e já espero pacientemente pelo livro que sairá no próximo ano. É fã de A rainha vermelha e de A seleção? Então não perca tempo, vem se apaixonar por essa mistura também.

16 comentários

  1. Oi, tudo bem?
    Tenho ouvido falar bastante desse livro mas ainda não tinha lido nenhuma resenha e fiquei animada com o que encontrei. Fora a capa e contracapa lindas, a trama parece ser, mesmo com as semelhanças que nos fazem recordar outras histórias famosas e os clichês, muito criativa e atual (mesmo sendo uma fantasia). Uma pena que uma das irmãs seja do tipo cabeça dura: odeio personagens assim, pelos mesmos motivos que você e por serem irritantes. Ainda assim, creio que não seja motivo para descartar a leitura, vide sua empolgação.
    Adorei o layout, lindo demais.
    Beijos!

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  2. Olá!
    Esse livro está na minha meta de leitura. A edição está muito bonita e ler saber que a história mistura vários elementos e que traz nuances de outras tramas.
    Mesmo não sendo uma leitora assídua do gênero, essa me chama muito atenção.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  3. É um livro que pela premissa não iria ler, mas por outro lado mostrar um pouco de uma sociedade opressora foi interessante. Acredito que esse ponto foi o que mais me interessou.
    Achei legal também as irmãs terem suas diferenças de personalidade, foi bem trabalhadora, mas certamente eu iria torcer o nariz para alguém cabeça dura, aff, odeio.
    Gostei da história.
    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  4. Oi Del! Estou aqui ruminando tudo isso que você descreveu. Também fiquei maravilhada com a capa e a sinopse deste livro, então, ler uma resenha dele já me deixa eufórica. Não li A Rainha Vermelha, mas li A Seleção, e sou fã da história. Apesar de suas ressalvas quanto a algumas atitudes das irmãs, e quanto a essa sensação de deja-vú, acho que por lermos muito, sempre identificamos algo parecido em várias histórias.. Essa resenha só me deixou mais aflita pra ler, e mais aflita por saber que o lançamento do segundo volume é só ano que vem.. Obrigada!

    Bjoxx ~ www.stalker-literaria.com

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  5. Oi, Delmara!
    Tirando as duas irmãs, os personagens parecem ótimos! Esse livro já estava na minha lista por causa de sua capa e premissa, mas agora, com a sua resenha toda empolgada, vou colocá-lo algumas posições acima para ler logo porque se a narrativa é ágil e ainda consegue mostrar a força da mulher e a importância da sororidade (que sempre acho que deve ser repetida uma e outra vez), não posso enrolar muito para ler haha
    Beijos!

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  6. Oi, Del.
    Já estou com esse livro aqui na estante e não vejo a hora de fazer essa leitura.
    Mas antes, preciso ler o último livro de Rainha Vermelha, antes de começar essa nova série!
    Gostei bastante da sua resenha e já posso moldar minhas expectativas!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  7. Oii, tudo bem? Primeiramente, amei sua resenha! Sua empolgação acabou me animando a ler o livro também! Ando em um humor bacana com livros de fantasia e esse parece ser muuito envolvente. Espero conseguir ler em breve e curtir bastante também :D

    Beijos!

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  8. Com essa capa não imaginava que a história seria assim. Sua empolgação é mais que visível, e como já havia lido outras resenhas os comentários estão bastante positivos. Eu gosto muito dA Seleção e dA Rainha Vermelha, distopia é comigo mesmo rsrs Mas no momento estou dando um tempo para séries, pois preciso terminar as milhares que já iniciei RS
    Mas tenho certeza que será um sucesso! A resenha está maravilhosa!

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  9. Olá, Delmara!

    Eu sou fã da Seleção... a trilogia. Apenas até o livro 3 MESMO! Porque depois que resolveu escrever a história da filha da América a autora estragou tudo!!! Nunca vou perdoá-la pelo desastre que foi o quarto livro, manchando uma das minhas séries preferidas. :(

    Já a Rainha Vermelha eu só ouço falar, mas nunca criei coragem de ler, confesso. Um dia, talvez.

    Esse livro Graça e Fúria não me interessou. Por mais semelhanças que tenha com A Seleção não sinto vontade de ler uma história na qual personagens que seriam importantes não são bem desenvolvidos e com duas protagonistas que irritam durante a maior parte do tempo. Isso não é para mim.kkkkk... Tinha gostado do fato da Nomi ter feito de tudo para ler, mas sua impulsividade me tiraria do sério.

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  10. Oie!
    Ainda não li o livro, mas estou bem curiosa. Só estou lendo ótimas resenhas sobre esse livro, que só estão aumentando a minha vontade de ler.
    Adorei sua resenha, é um livro que preciso ler para ontem. E essa capa é linda! Adoro quando a editora sempre traz uma ótima edição!
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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  11. Olá Delmara!!!
    Eu acabei já colocando o listo na livros pra ler assim que eu li a sinopse que me encantou, apesar de ouvir falar muito de "A Rainha Vermelha" eu ainda não li a série. Porém, sou uma grande fã de "A Seleção" e fiquei com um ar de curiosidade sobre o livro.
    Eu sinceramente espero gostar das personagens mesmo com essas coisas delas, pois sou tentada a abandonar livros quando as personagens não me agradam.
    Adorei a resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

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  12. Acabo de conhecer essa obra e tenho que confessar que o enredo dela é o tipo de enredo que me cansa. Já li tanto livro abordando uma temática similar que enjoei. Ainda assim gostei de conhecer essa obra, mais a título de informação mesmo. Se alguém me perguntar sobre um livro nesse estilo já saberei uma leitura a qual indicar. Bexus @prefirolercomcalma

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  13. Olá, tudo bem?

    Eu (Yvens) não conhecia o livro e a autora, achei a capa bacana e bem elaborada, a sinopse também ficou legal, mas confesso que o livro não me despertou muito interesse nesse momento. Parabéns pela resenha, ficou muito boa e fico feliz que tenha gostado da leitura.
    Abraço!

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  14. Oi Delmara tudo bem? Sua empolgação pelo livro, me deixou animada com esse ele, não tinha ouvido falar dele, mas fiquei curiosa para saber o final seu final apesar de ser uma duologia, pela sua resenha deu pra ter uma ideia do parâmetro do enredo, e fiquei muito feliz pois adoro fantasia/ ficção. Parabéns pela resenha, obrigado pela dica, bjs!

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  15. Não sou de ler livros assim e confesso que achei essa capa bem brega, ams seus comentários sobre o livro me deixaram empolgada para conhecer o enredo, principalmente pelas questões de sororidade que precisam estar presentes em qualquer gênero literário. Estou muto curiosa e predisposta a gostar do livor.
    Beijos

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  16. Ola, tudo bem?
    Nao tinha ouvido falar da obra ainda, mas foi interessante saber que ela mistura vários universos de outras histórias e mesmo assim consegue ser singular e ter seu mérito próprio. A capa não me encanta muito, porém a história ate que me chama atenção.

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