Resenha #15 Garotas de vidro - Laurie Halse Anderson

16 de março de 2013

Resenha feita por Jeniffer Yara, autora do blog Mon-autre. Lembrando que a autora permitiu a postagem de algumas de suas resenhas aqui no blog.

Titulo: Garotas de vidro
Autor(a): Laurie Halse
Editora: Novo Conceito
N° de páginas: 272
Lia e Cassie são amigas há anos, ambas congeladas em seus corpos. No entanto, em uma manhã, Lia acorda com a notícia de que Cassie está morta, e as circunstâncias de sua morte ainda são um mistério. Não bastasse isso, Cassie tentara falar com Lia momentos antes, para pedir ajuda. Lia tem de lidar com o pai, que é um renomado escritor, sua madrasta e a mãe, uma cardiologista que vive ocupada, salvando a vida dos outros. Contudo, seu maior tormento é a voz dentro de si mesma, que não a deixa se esquecer de manter o controle, continuar forte e perder mais, sempre perder mais, e pesar menos. Bem menos.

Garotas de Vidro conta basicamente a estória de Lia, que tem problemas com alimentação (anorexia) e que esse problema piora quando sabe da morte de sua melhor amiga, Cassie. As duas tinham problemas com alimentação, Cassie tinha bulimia (Desde pequena já vomitava sempre depois de comer uma grande quantidade de comida) e Lia, anorexia, se recusava a comer praticamente.

As duas não se falavam direito no período anterior a morte de Cassie, mas o que afeta mais ainda Lia é o fato de Cassie morrer sozinha num quarto de um motel e ter ligado 33 vezes e ela não ter atendido o celular. 

O livro pode parecer que é envolto por esse mistério, mas não. Temos no livro o eu-lírico em primeira pessoa narrado por Lia, nós mergulhamos na vida e na mente dela. Sua família e até sua madrasta (Jennifer, fico toda boba quando vejo um nome quase parecido com o meu em um livro, me deixem) tentam ajudá-la, mas ninguém consegue penetrar na bolha que Lia cria em volta de si, se recusando a comer, se recusando a falar dos fantasmas que a assombram, desde a morte de sua avó.

Sim, por que temos Cassie 'assombrando' Lia no seu dia-a-dia, além das vozes em sua cabeça a xingando e fazendo ela se odiar por simplesmente pensar em comer.
::Estúpida/feia/estúpida/vaca/estúpida/gorda/
estúpida/criançona/perdedora/estúpida/perdida::
Eu gostei muito desse livro, ele aborda o tema da anorexia, depressão, bulimia; a narrativa em primeira pessoa dá a impressão de estarmos mesmo dentro da mente de Lia. Me irritei algumas vezes com ela claro, ela se recusava a comer mesmo quando entendia mais ou menos seu estado deplorável. Mas na maioria do tempo, ela se enxerga mesmo gorda, e sempre confusa pela morte de Cassie.

Ao longo da narrativa, quando Lia decide saber como Cassie morreu e tendo a esperança de deixar de ser assombrada por ela e pelas sombras, se resolvesse esse problema, vamos descobrindo o que aconteceu com a melhor amiga de Lia e como tudo isso (As duas terem feito um pacto de quem seria a mais magra, o fato de Lia não se dar bem com sua mãe,etc) surgiu.

Gostei do modo de narrativa, existem pensamentos confusos nela, palavras cortadas, ou seja, pensamentos que não deveriam existir, pelo menos na cabeça da personagem e ainda vemos de perto como é ter uma pessoa anoréxica e que recusa tratamento dentro de casa e como uma família lida com isso.

A leitura não é leve, mas é muito interessante. O final foi satisfatório pra mim.
A edição é maravilhosa, só a capa já é linda, tem uns efeitos nela, onde em algumas partes sentimos um material diferente, acredito que pode significar cacos de vidro quebrado, se for isso, eu amei. Não encontrei erros ortográficos, enfim, Garotas de Vidro está mais do que recomendado.

2 comentários

  1. Então nem consegui fazer resenha desse livro ainda. Faz algum tempo que eu li, mas logo que eu terminei não fiz pois fiquei com uma sensação esquisita. O livro mexe mesmo com a gente, principalmente quem já sofreu com distúrbios alimentares. É horrível a gente ver o que está acontecendo e não poder fazer nada. O livro é muito bom e deveria ser lido por todos.

    http://blogprefacio.blogspot.com.br/

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    1. A história é forte, principalmente por ser algo que está se tornando comum com os jovens hoje.

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